A CME é considerada por muitos o coração do hospital. Mas como tudo começou? A história da CME está intimamente relacionada ao avanço da medicina e a “descoberta” da esterilização.
No presente artigo vamos contar um pouco a história da CME, que é tão importante para a medicina atual, e mostrar um pouco do percurso da medicina para chegarmos até aqui.
Os primeiros “médicos” e a evolução dos produtos para saúde
Acredita-se que a atividade médica existe há milhares de anos e os pioneiros na realização de procedimentos cirúrgicos eram os chamados “cirurgiões barbeiros” e os curandeiros.
No que diz respeito ao instrumental, com o decorrer dos séculos, ocorreu uma evolução nos materiais utilizados na sua fabricação. Os instrumentos antes feitos com pedras, cascalhos e ossos, passaram a ser feitos de bronze, depois de aço inox e, por fim, de titânio. A limpeza era feita com qualquer pano ou na aba do casaco dos cirurgiões, sem nenhum tipo de assepsia.
Com a eclosão das grandes guerras, surgiram inúmeros soldados com enfermidades graves, necessitando de intervenções urgentes como: amputações de membros e drenagem de abscessos. Essas cirurgias eram realizadas em qualquer lugar, como nos campos de batalha, nas casas dos cirurgiões ou debaixo do convés dos navios, ou seja, sem nenhuma condição asséptica.
Neste momento, diante da necessidade de aperfeiçoar as técnicas cirúrgicas em razão dos ferimentos provocados pela guerra, os profissionais começaram a criar novos instrumentos que viabilizavam a execução de determinados procedimentos e lhes permitiam acessar e manipular diferentes áreas do corpo humano.
Apesar de terem sido criados novos tipos de instrumentais que atendiam às mais diversas técnicas cirúrgicas, eles não recebiam um tratamento adequado no que diz respeito à limpeza e conservação, uma vez que a tecnologia era limitada.
A esterilização ao longo do tempo
Idade Antiga
A Idade Antiga é o período que vai de 4000 a.C até 476 d.C. Nesse período, mais precisamente em 2400 a.C, sabe-se que os egípcios usavam o cobre para esterilizar feridas e água.
Entre os anos de 300 a.C e 322 a.C, Hipócrates e Aristóteles usavam água fervente para evitar contaminação em feridas, utensílios e na água para consumo.
Já entre os anos de 130 d.C e 200 d.C, Galeno fervia seus instrumentos antes de usá-los.
Idade Média
No período de 476 d.C até 1453, denominado como Idade Média, todos os hábitos adquiridos na idade Antiga se perderam. Nesta fase, de muito retrocesso, tudo que foi desenvolvido pelos egípcios, romanos e gregos foi esquecido em razão do caos provocado pela Peste Negra (Bubônica).
Idade Moderna
No período da Idade Moderna (1453 até 1789), o físico alemão Antony Van Leeuwenhoek criou o primeiro microscópio e passou a observar um universo de microorganismos existentes na água, urina, fezes, solo…
Idade contemporânea – Era Bacteriológica
Em meados do século XIX, a preocupação com o aumento das infecções provocou algumas mudanças de pensamento que desencadearam em uma busca por novos materiais a serem usados em procedimentos de alta complexidade e na escolha dos ambientes nos quais seriam realizados procedimentos. Esse período foi chamado de Era Bacteriológica.
A descoberta de micróbios patogênicos causou a necessidade de adoção de medidas preventivas, tais como: assepsia em procedimentos cirúrgicos, lavagem de mãos (instituído por Semmelweis – 1818-1865); separação de pacientes feridos e infectado com outros e cuidado com roupas e itens, realizado pela Florence Nightingale durante a Guerra da Criméia (1854-1862).
No período, Joseph Lister (1827-1912) inovou através do tratamento de fios de sutura e compressas usadas em pacientes com solução de fenol, tratamento pós – cirúrgico; conduzindo a evolução das técnicas de esterilização de materiais médico-hospitalares. Já em 1890, graças a William Halsted, se deu o início do uso de luvas nas cirurgias e o desenvolvimento de vaporizadores. Já Robert Koch (1843-1910) descobriu bactérias e inventou um meio bactericida. Em 1874, Louis Pasteur, sugeriu que os instrumentais fossem postos imersos em água fervente e passados sobre a chama de fogo.
A invenção da autoclave
Ainda no século XIX, em 1876, Charles Chamberland desenvolveu o primeiro esterilizador a vapor de pressão, também conhecido como autoclave.
Já em 1885, Ernest Von Bergmann, usou pela primeira vez o esterilizador a vapor para a esterilização de curativos cirúrgicos.
A história da CME
A ocorrência das infecções e epidemias na população e a necessidade de medidas de saúde pública levaram o governo a reestruturar os hospitais, o que se consolidou com o avanço da tecnologia e da medicina proporcionado pela Revolução Industrial.
Diante disso, surgiu a necessidade de instalação em instituições hospitalares, locais apropriados para o tratamento desses materiais. A primeira CME do Brasil (1941 a 1944) foi implantada no Hospital das Clínicas em São Paulo, e quem traçou as bases foi o Dr. Odair Pedroso.
Os primeiros CME’s foram estruturados com uma logística muito simples, carente de sistematização técnico-administrativa. Com o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas e, principalmente, com desenvolvimentos tecnológicos nas décadas de 1960 e 1970, grandes mudanças aconteceram na organização do CME, métodos de esterilização e sua gestão.
A CME da Bioxxi
Uma CME de excelência aumenta a capacidade cirúrgica do hospital, otimiza o arsenal de materiais e entrega uma experiência melhor e mais segura tanto para os pacientes quanto para os médicos.
A Bioxxi desenvolveu um método de gestão de CME que une tecnologia, gestão de processos e controle de qualidade. O método Bioxxi implementa na CME do hospital o mais alto padrão de excelência, capaz de transformar custos em rentabilidade, com segurança.
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Créditos: Rosa Maria Pelegrini Fonseca