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A esterilização hospitalar é um processo crítico que garante a segurança dos pacientes ao eliminar microrganismos que podem causar infecções. Nos hospitais, clínicas e demais ambientes de saúde, a correta esterilização de materiais é uma medida essencial para prevenir infecções hospitalares.
Este artigo visa explorar em detalhes os principais métodos de esterilização hospitalar, proporcionando um guia completo sobre o tema. Ao final, você terá uma visão mais ampla sobre como esses processos funcionam e por que são tão importantes.
O que é Esterilização Hospitalar?
A esterilização hospitalar é o conjunto de técnicas e procedimentos que eliminam todas as formas de vida microbiana, incluindo bactérias, vírus, fungos e esporos, de superfícies e materiais utilizados nos cuidados com a saúde. Diferente da desinfecção, que apenas reduz a quantidade de microrganismos, a esterilização visa sua eliminação total.
É um processo indispensável em ambientes hospitalares, onde instrumentos médicos entram em contato direto com tecidos humanos. Garantir a esterilização adequada dos materiais é fundamental para evitar infecções que podem colocar a vida dos pacientes em risco.
A infecção hospitalar é uma das maiores preocupações no ambiente de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 10% dos pacientes internados desenvolvem infecções relacionadas ao atendimento de saúde. Essas infecções podem ser causadas por diversos fatores, sendo a contaminação de instrumentos médicos um dos mais significativos.
A esterilização adequada é capaz de eliminar esse risco, mantendo os pacientes e profissionais de saúde seguros. Além disso, com o aumento das infecções causadas por microrganismos resistentes a antibióticos, o rigor no processo de esterilização se torna ainda mais relevante.
Quais são os tipos de Esterilização Hospitalar?
Existem vários métodos de esterilização hospitalar, cada um adequado a diferentes tipos de materiais e necessidades. A escolha do método depende de fatores como a composição do material, o nível de contaminação e a urgência no uso dos instrumentos. Vamos explorar os principais tipos de esterilização usados em hospitais e clínicas:
1. Esterilização por Calor Úmido (Autoclave)
A autoclave é um dos métodos mais comuns e eficazes de esterilização hospitalar. Nesse processo, o material é exposto a vapor d’água sob pressão a uma temperatura de 121ºC a 134ºC por um determinado período.
O calor úmido tem grande capacidade de penetrar nos materiais e eliminar microrganismos, incluindo esporos bacterianos.
Esse método é amplamente utilizado para esterilizar instrumentos cirúrgicos, artigos de metal e tecidos, como roupas hospitalares. A autoclave é eficaz, mas só pode ser usada em materiais que suportam altas temperaturas e umidade.
Vantagens:
– Alta eficiência.
– Processo rápido e seguro.
Desvantagens:
– Não pode ser usado em materiais sensíveis ao calor ou à umidade.
2. Esterilização por Calor Seco
O calor seco é outro método eficaz de esterilização, utilizado principalmente para materiais que não podem ser esterilizados com vapor d’água, como vidros e instrumentos metálicos sensíveis à umidade. O processo é realizado em estufas que aquecem os materiais a temperaturas entre 160ºC e 180ºC por um longo período.
O calor seco tem a vantagem de não corroer materiais metálicos, mas leva mais tempo para esterilizar do que a autoclave e não é tão eficaz contra alguns tipos de microrganismos.
Vantagens: Adequado para materiais sensíveis à umidade.
Desvantagens: Processo mais demorado e menos eficiente do que o calor úmido.
3. Esterilização por Óxido de Etileno (ETO)
O óxido de etileno (ETO) é um gás altamente eficaz na esterilização de materiais sensíveis ao calor e à umidade, como plásticos, cateteres e próteses. O ETO penetra em materiais complexos e é capaz de eliminar todos os tipos de microrganismos, incluindo esporos.
Este método, porém, exige um ambiente controlado e tempo considerável para a desintoxicação dos materiais, já que o ETO é tóxico e inflamável. Por essa razão, após o processo de esterilização, os materiais precisam passar por um período de aeração para eliminar os resíduos do gás.
Vantagens da Esterilização por Óxido de Etileno
– É o melhor método para materiais termossensíveis, pois não ocorre mudança de cor ou deformação do artigo, garantindo a preservação das características do produto.
– É mais econômica quando comparada à esterilização por peróxido de hidrogênio, feita internamente em alguns hospitais para esterilizar produtos termossensíveis.
– Ajuda a otimizar a vida útil de equipamentos e instrumentos e a reduzir a compra de insumos na rotina da CME e os custos dos procedimentos, uma vez que os materiais que antes eram descartados, podem ser esterilizados e utilizados novamente melhorando a relação custo-processo.
– A esterilização por óxido de etileno permite que produtos para a saúde que antes seriam despejados no meio ambiente sejam reutilizados com total segurança, gerando imenso benefício ambiental.
Desvantagens:
Necessidade de aeração prolongada e cuidados especiais devido à toxicidade do ETO.
4. Esterilização por Radiação
A esterilização por radiação utiliza raios gama ou radiação ultravioleta para eliminar microrganismos. Esse método é amplamente usado na indústria médica, especialmente para esterilizar produtos descartáveis em larga escala, como seringas, cateteres e luvas.
A radiação ionizante, como os raios gama, é capaz de penetrar em materiais e eliminar microrganismos de maneira eficaz, sem a necessidade de altas temperaturas. No entanto, a radiação ultravioleta tem penetração limitada e é usada principalmente para a esterilização de superfícies.
Vantagens:
-Adequado para a esterilização de grandes volumes de produtos médicos descartáveis.
Desvantagens:
-Custo elevado e necessidade de equipamentos especiais.
5. Esterilização por Plasma de Peróxido de Hidrogênio
Este método utiliza peróxido de hidrogênio em forma de plasma para eliminar microrganismos em materiais sensíveis ao calor. A técnica é especialmente útil para esterilizar materiais médicos complexos e delicados, como câmeras endoscópicas e aparelhos eletrônicos.
O processo é rápido e eficiente, sem deixar resíduos tóxicos. No entanto, não pode ser usado em materiais que absorvem líquidos, como tecidos e papel.
Vantagens:
-Processo rápido e seguro para materiais delicados.
Desvantagens:
-Limitações quanto ao tipo de material que pode ser esterilizado.
-Desafios quanto a implementação desse tipo de esterilização em hospitais
Apesar das diversas opções de esterilização disponíveis, o processo enfrenta desafios significativos. O aumento das infecções por microrganismos multirresistentes e a complexidade de alguns instrumentos médicos tornam a esterilização hospitalar uma tarefa cada vez mais exigente.
A manutenção dos equipamentos de esterilização, a capacitação contínua dos profissionais de saúde e a adoção de tecnologias avançadas são fatores cruciais para garantir a eficácia do processo e a segurança dos pacientes.
A Importância da Central de Materiais de Esterilização (CME)
Nos hospitais, a Central de Materiais de Esterilização (CME) é o setor responsável por todo o processo de esterilização. Uma CME bem estruturada e com equipamentos de ponta garante que os materiais esterilizados sejam fornecidos com segurança para as equipes de saúde.
Além disso, a gestão eficaz da CME contribui para a redução de custos hospitalares, ao evitar infecções e reprocessar materiais de forma eficiente.
Hospitais que não possuem uma CME podem optar por terceirizar esse serviço com empresas especializadas que possuam conformidade com a Anvisa. Um estudo desenvolvido e publicado pela Frost & Sullivan, empresa de consultoria americana, aponta que a terceirização de CME (Centrais de Materiais e Esterilização) é tendência no mundo.
Quais são os tipos de monitoramento de esterilização?
1- Monitoramento de esterilização mecânico
Esse tipo de monitoramento está relacionado aos equipamentos de esterilização e deve contemplar os registros de manutenção preventiva e corretiva, problemas observados durante a prática diária e validação do processo de esterilização realizada periodicamente (Martinho, 2007).
2- Monitoramento de esterilização físico
O monitoramento físico, disponível pelos equipamentos de esterilização, deve ser efetuado em 100% de todos os ciclos do processo. Esse monitoramento deve ser utilizado para verificar tempo, temperatura e pressão, durante todo o ciclo de esterilização (Seavey, 2016).
3- Monitoramento de esterilização químico
Indicadores Químicos são produtos desenvolvidos para fazer parte dos procedimentos de boas práticas exigidos e protocolados pela Anvisa e pela RDC 15, sua utilização é necessária para o monitoramento de ciclos de esterilização. Estes indicadores são compostos por reagentes químicos em tiras de papel, e juntos reagem quando expostos a condições de esterilização. Esse tipo de monitoramento deve ser realizado todos os dias.
4- Monitoramento biológico
Assim como os indicadores químicos, os Indicadores biológicos são produtos desenvolvidos para fazer parte dos procedimentos de boas práticas exigidos e protocolados pela Anvisa e pela RDC 15, e asseguram que o processo de esterilização foi capaz de inativar os microorganismos. Esse monitoramento deve ser feito todos os dias e a cada carga implantável.
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A esterilização hospitalar é um dos pilares fundamentais para a segurança no ambiente de saúde. Com métodos variados e adequados a diferentes necessidades, a esterilização de materiais é essencial para prevenir infecções e garantir a segurança de pacientes e profissionais.
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