A esterilização de dispositivos médico-hospitalares é uma etapa crítica para garantir a segurança de pacientes e profissionais da saúde. Entre os métodos mais modernos e eficazes está a esterilização por peróxido de hidrogênio, uma tecnologia de baixa temperatura que vem ganhando espaço em hospitais e centros de reprocessamento.
Neste artigo, você vai entender o que é o peróxido de hidrogênio e como ele atua na esterilização, quais são as etapas do processo, vantagens e limitações do método, quando e por que utilizá-lo.
O que é a esterilização por peróxido de hidrogênio?
A esterilização por peróxido de hidrogênio (H₂O₂) é um método físico-químico que utiliza o vapor ou plasma desse composto para eliminar microrganismos — incluindo bactérias, vírus, fungos e esporos — de superfícies e dispositivos médicos.
Esse processo é especialmente indicado para dispositivos com materiais sensíveis ao calor e umidade, ou seja, que não suportam altas temperaturas, como plásticos, borrachas, vidros delicados e alguns metais.
Como funciona o processo de esterilização?
O ciclo de esterilização por peróxido de hidrogênio é dividido em cinco etapas principais:
- Pré-vácuo Todo o oxigênio é removido da câmara para evitar interferências no processo. Essa etapa dura cerca de 15 minutos.
- Injeção do peróxido O peróxido de hidrogênio é introduzido em forma líquida e, ao entrar em contato com a câmara, se transforma em vapor.
- Difusão e ativação O vapor se espalha por toda a câmara e, com o auxílio de ondas eletromagnéticas, forma-se o plasma de peróxido de hidrogênio — um estado ionizado que potencializa a ação esterilizante.
- Ação esterilizante Os radicais livres gerados pelo plasma atacam o DNA, RNA e membranas celulares dos microrganismos, impedindo sua reprodução. Essa fase dura cerca de 10 minutos.
- Ventilação e equalização de pressão A câmara é ventilada e as pressões interna e externa são equilibradas, finalizando o ciclo.
O tempo total do processo varia entre 45 e 90 minutos, dependendo do equipamento e da carga.
Quais materiais podem ser esterilizados com peróxido de hidrogênio?
Esse método é ideal para:
- Instrumentais cirúrgicos delicados
- Materiais com componentes eletrônicos
- Dispositivos com lúmens largos
- Polímeros, borrachas e vidros
⚠️ Importante: materiais à base de celulose (como papel e tecido), líquidos e metais como cobre, alumínio e zinco são proibidos com esse tipo de esterilização, devido ao alto risco de combustão.
5 Vantagens da esterilização por peróxido de hidrogênio
- Baixa toxicidade O peróxido de hidrogênio se decompõe em água e oxigênio, não deixando resíduos tóxicos.
- Baixa temperatura Ideal para materiais sensíveis ao calor, preservando sua integridade.
- Ciclo rápido O tempo médio de esterilização é inferior ao de métodos como o ETO.
- Menor impacto ambiental Não há emissão de gases poluentes, necessidade de aeração prolongada, economia de água e energia elétrica.
- Alta eficácia microbiológica Elimina até os microrganismos mais resistentes, como esporos bacterianos.
Mas quais as limitações e cuidados necessários?
Apesar de suas vantagens, o método também apresenta algumas limitações:
- Custo elevado: o investimento em equipamentos e insumos pode ser alto.
- Capacidade limitada: as câmaras são menores que as de autoclaves à vapor ou ETO.
- Incompatibilidade com certos materiais: tecidos, líquidos e metais reativos não devem ser submetidos ao processo.
- Manuseio técnico: exige operadores treinados e manutenção rigorosa dos equipamentos.
Por que escolher o peróxido de hidrogênio?
Com o avanço das tecnologias médicas e o uso crescente de dispositivos complexos e sensíveis, a esterilização por peróxido de hidrogênio se tornou uma solução estratégica para garantir segurança sem comprometer a integridade dos materiais.
Além disso, o método atende às exigências da Anvisa e de normas internacionais como a ABNT NBR ISO 22441, que regula processos de esterilização por agentes químicos.
A Bioxxi e a excelência em esterilização
A esterilização por peróxido de hidrogênio é uma tecnologia segura, eficiente e alinhada às demandas da saúde moderna. Quando aplicada com rigor técnico e responsabilidade, ela contribui diretamente para a segurança do paciente, a eficiência hospitalar e a sustentabilidade dos processos.
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